sábado, 9 de outubro de 2010

John Lennon morreu há 30 anos, mas o FBI ainda trabalha no seu caso.


Trinta anos depois de sua morte, Lennon continua no radar do FBI

The New York Times
John Lennon com Yoko Ono durante as gravações do filme <i>Imagine</i> em 1971
John Lennon com Yoko Ono durante as gravações do filme Imagine em 1971 (Tom Hanley/Redferns)
John Lennon morreu há 30 anos, mas o FBI ainda trabalha no seu caso. Na manhã da última quarta, uma pequena loja de souvenir de cultura pop em Manhattan abriu um leilão comemorativo do aniversário do ex-beatle, que faria 70 anos neste sábado. O item mais valioso é um documento contendo as impressões digitais de Lennon, feito em 1976 quando deu entrada no processo para obter sua cidadania americana. O lance mínimo era de 100 mil dólares.

Mas depois de uma hora de embate acirrado envolvendo telefonemas, faxes e reuniões com um agente do lado de fora na rua 57, em frente à loja – chamada de Gotta Have It!, que se pode traduzir como "Tenho que Ter" – o FBI chegou ao local com uma intimação e recolheu o documento com as digitais, feitas em uma delegacia de Nova York no dia 8 de maio de 1976, e com a assinatura de John Winston Ono Lennon.

Dada a história de Lennon no FBI – ele estava sob vigilância no início da década de 1970 por seu ativismo anti-guerra –, os eventos foram estranhos o suficiente para que Peter Siegel, o dono da loja, se perguntasse por que todo aquele o estardalhaço. “Faço isso há vinte anos e nunca vi tanto interesse do governo em algo assim", disse Siegel. “Aqui está um dos maiores artistas da história, e eles não param de investigá-lo.”

John Wiener, professor de história da Universidade da Califórnia, autor do livro Gimme Some Truth: The John Lennon FBI Files (Me Dê Alguma Verdade: os Arquivos sobre John Lennon no FBI, numa tradução livre para o português), também destaca que 1976 foi um ano atrasado em relação à ordem cronológica sobre Lennon e o FBI. “Até onde sei, o interesse do FBI em Lennon estava na era de J. Edgar Hoover”, afirmou Wiener na última quarta-feira, “e seus sucessores rapidamente encerraram a investigação”. Hoover morreu em 1972.

Apesar da demonstração de força da investigação federal, o interesse nas digitais de Lennon pode se tornar um tanto prosaico. Nesta quarta-feira, o porta-voz do FBI, James Margolin, disse que havia uma “investigação para descobrir como o item foi parar no leilão”. O documento, disse Siegel, estava sendo vendido a um colecionador que não revelou a identidade, por alguém identificado apenas como um promotor de eventos que comprou o registro durante uma convenção dos Beatles vinte anos atrás.

Não é a primeira vez que as digitais de Lennon vão a leilão. Em 1991, a Sotheby’s vendeu um item parecido por 4 125 dólares, sem qualquer ocorrência. Leon Wildes, advogado de imigração de Lennon na década de 1970, tem uma teoria sobre a procedência do documento. No verão de 1976, disse Wildes na quarta, ele guardava alguns documentos de Lennon, incluindo um formulário contendo as digitais, durante uma das apresentações do artista na TV. “Quando voltei de Nova York, o documento havia desaparecido”, conta ele. “Fiquei muito aborrecido. Procuramos, mas aparentemente ninguém sabia onde estava.”

Às 11h da manhã de quarta-feira, um agente da FBI apareceu na Gotta Have It! e estacionou um Ford azul. Siegel disse que o agente não tinha uma intimação. Após alguns telefonemas agitados dos donos da loja para o advogado e algumas conversas com o agente no carro, os proprietários receberam a intimação por fax e só então entregaram o documento. “Se fossem as digitais de qualquer outra pessoa naquele documento”, disse Siegel, “ninguém estaria falando sobre isso.”

obtido em http://veja.abril.com.br/

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